Livros: resenhas
RESENHA | QUARTO, DE EMMA DONOGHUE
16:16:00O livro retrata assuntos como assédio sexual e sequestro surpreendentemente na visão de uma criança de cinco anos que vive em um quarto minúsculo com a mãe desde que nasceu e acredita que aqueles poucos metros quadrados é o mundo, nada mais do que um quarto, uma cozinha e um banheiro.
Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la.
O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois. Então, ela elabora um ousado plano de fuga, que conta com a bravura de seu filho e com uma boa dose de sorte. O que ela não percebe, porém, é como está despreparada para fazer o plano funcionar.
PS.: Sinopse retirada da Saraiva.
Emma Donoghue escreveu um livro perturbador e bastante reflexivo. A história basicamente é de uma mãe sequestrada e abusada diariamente em uma prisão à sete anos que teve seu filho e como não pôde mostra-lo a luz do sol, preferiu dizer a ele que aquele cativeiro no qual viviam era o mundo, nada mais do que aquilo. Afinal, quem contaria a uma criança que aquilo era o cativeiro de um psicopata estuprador?
O livro é dividido em quatro partes, e todas são contadas pelo Jack. É fascinante a maneira como a autora conseguiu escrever como uma criança tão inocente. A construção das personagens foi perfeita, e com certeza a melhor personagem foi a mãe, apesar de tudo ser na visão do garoto, o filme reforça minha opinião.
Aconselho uma pessoa que já sofreu algum caso de sequestro, estupro ou algo parecido não ler o livro, pois a história pode causar lembranças não agradáveis ao leitor.
A cena que mais me chocou durante a leitura foi em uma das noites quando Jack estava deitado dentro do guarda-roupa e o Velho Nick estava na cama com a sua mãe, e então o garoto fica contando as rangidas da cama até cair no sono - isso foi bem pesado.
Sobre o filme, traduzido como O Quarto de Jack, é bem leal ao livro em diversas partes e, apesar do livro ser mais profundo, a adaptação cinematográfica não deixou a desejar e foi muito bem feita, tanto que a atriz que interpreta a mãe de Jack venceu na categoria de Melhor Atriz no Oscar de 2016.
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