A ideia é continuar o texto do vestibular UEPG de 2011 em terceira pessoa. Inspirado em uma lenda sobre a besta de Gevaudan, o resultado da redação foi esse:


Há um por do sol de primavera e uma velha casa abandonada. Está em ruínas. [...] Pássaros saltitam e gorjeiam nas amuradas que a cercam. Raízes vorazes de grandes árvores infiltram-se entre as pedras do alicerce e abalam suas estruturas. Agoniza a velha casa. As janelas são bocas escancaradas.

A casa velha em ruínas clama por vozes e movimento. Observando os fortes raios solares batendo em uma desgastada porta de madeira, um rei jogado na grama levanta-se e limpa suas vestes, tira a manga de sua camisa branca e amarra-a na perna para pressionar o sangramento.

O homem anda com cuidado em direção à casa, saca sua espada da bainha e chuta a porta que abre bruscamente. Não há nada na velha casa. A majestade entra e, pisando em um barulhento chão de madeira velha, avista marcas de garras nas paredes. Surpreso, chega mais perto.

De repente, um homem de longas barbas sai do fundo do cômodo e pergunta ao rei o que fazia em uma casa tão longe da guarda real, e ele explicou o tão perigoso seria ficar na toca do lobo de Gevaudan em noite de lua cheia. Surpreso com a inesperada aparição, o rei de Gevaudan responde que afastou-se do exército e veio parar na casa e então, convencido, diz que mataria o lobo com apenas um golpe de sua espada.

Servindo água ao rei, o camponês contou-o que foi encarregado de matar a criatura que assombra o reino sob a luz da lua cheia. Comovido, o homem tão poderoso entregou-lhe sua espada convencido de que algo tão mágico mataria o lobisomem.

A lua logo apareceu com o chegar da noite. O rei escondeu-se atrás das largas árvores da floresta. Dentro da casa, o camponês então transformou-se em um lobisomem revelando sua verdadeira identidade e tirou a vida do rei desarmado, vítima da maior armadilha do reino.

Desde então, o rei jamais foi encontrado e o temível lobo continuou atacando e fazendo as pessoas de Gevaudan que caçavam-o desaparecerem durante a lua cheia.